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Título: A instável leveza do rock: génese, dinâmica e consolidação do rock alternativo em Portugal
Autor(es): Paula GUERRA
Ano de publicação: 2010
Tipo de publicação: Tese de doutoramento
Local de edição: Porto
Editora: Faculdade de Letras da Universidade do Porto
URL: https://repositorio-aberto.up.pt/handle/10216/56304
Resumo: Se entendermos o pop rock como componente fundamental da música popular, é possível tomar as suas manifestações, vivências, socialidades e produções como determinantes para a compreensão e explicação da estrutura social em que ocorrem e das identidades de quem a produz e reproduz. Mais ainda, se a sociologia não se interessa por essências, mas por processos, parece-nos que o campo do pop rock, ainda que recente, será uma matriz essencial de análise das representações sociais e da memória colectiva. É neste axioma que entroncamos os objectivos estruturadores da investigação que esteve na base desta Dissertação. É também aqui que advogamos o desenho do nosso objecto de base, a abordagem do rock como prática social enquanto produção e reprodução societal no âmbito da sociedade contemporânea, designadamente na sociedade portuguesa entre 1980 e 2010. O escopo analítico situou-se nas suas vertentes mais alternativas (consumo, mediação e produção), ou, se quisermos de uma forma mais fiel à realidade portuguesa, “vanguardistas”, considerando-o como um elemento central na estruturação e reestruturação das culturas populares urbanas. Consideramos o mundo do rock na sua plenitude, com os seus diferentes agentes, práticas, contextos, lógicas de produção e de reprodução social, numa problemática próxima dos «mundos da arte» tal como é desenvolvida por Becker (1988) ou Crane (1992), complementada por uma sociologia da mediação tal como a defende Hénnion (1993), sob um pano de fundo da teoria dos campos de Bourdieu (1992; 1996; 2004). Através de um percurso pela história e pela empiria, obtivemos um património de informação e de reflexão que permitiu ir a fundo na explicação e na compreensão do modo de estruturação do subcampo do rock alternativo em Portugal. A análise do objecto fez-se através do recurso a um dispositivo coerente e complexo filiado na teoria dos campos sociais enquanto fôlego teórico de longo alcance, coadjuvado por andaimes teóricos de médio alcance emanados das perspectivas tributárias da noção de “cena” e da chamada teoria da produção cultural. Assim, os moldes de fundação de desenho do subcampo do rock alternativo em Portugal incluíram um olhar tripartido em torno da produção, divulgação e consumo/fruição de manifestações musicais ligadas ao pop rock, com ênfase no quadro representacional do rock alternativo. Não poderemos deixar de referir que a nossa definição terminológica-conceptual de subcampo se ficou a dever às limitações do seu alcance em termos de extensividade, no tempo e no espaço, e às suas relações de dependência e de correlação ainda muito vincadas com o campo da música pop rock portuguesa em geral. É ainda um subcampo porque se atribui importância a uma análise mais segmentada e plural das manifestações da cultura popular massiva no presente, considerando as contingências, pluralidades e instabilidades culturais contemporâneas.